sexta-feira, agosto 12, 2005

O Blog(ou o seu autor) vai de férias

Pois é amigos leitores... depois de uns últimos dias de trabalho, duros como tudo, irei de férias.
Já uns 2/3 anos que não faço ferias durante tanto tempo(e é só 2 semanas e meia), mas para mim já é muita coisa. Porque o trabalho assim o exige.

Assim sendo amigos... durante 2 semanas e mais uns dias o blog entrará de férias.

Até lá um abraço e boas férias para aqueles que também terão uns diazitos.

Novo aumento do Petróleo.

Neste meu desabafo, gostaria de desabafar sobre o novo aumento do petróleo. Não sei onde isto vai parar. Com estes sucessivos aumentos do petróleo.
Os combustíveis ao preço que estão. Já é um luxo andar de carro.
Para mim que profissionalmente dependo do meu carro já começo a pensar que alternativas terei para o transporte. Começa a ser insuportável. Para mim e para muitas famílias portuguesas, que não fazem a sua deslocação do carro por luxo.

Uns meses atrás a expectativa era que o petróleo iria aos 80 dólares por barril até final do ano. Agora que esse valor esta muito perto, já se fala em 100 a 120 dólares até final do ano. Se o petróleo atingir esses valores que faremos nós?? Que farão as empresas?? Os transportes públicos irão aumentar(não sei como ainda não aumentaram tanto), todos os produtos irão aumentar.

Enfim um aberração... tudo por causa de especulação, grande consumo(India, China, EUA, Japão), ganâncias tudo mais. Quem se lixa...? O mexilhão que precisa do carro para o seu trabalho.

Um das coisas que me faz confusão, e que já aqui referi, como é possível que a Galp(empresa Portuguesa e líder de mercado nacional) consegue vender em Espanha a gasolina mais barata 50$(em escudos que é para se perceber melhor) e aqui em Portugal é o que se vê.
Será só pelo aumento do IVA e pelo aumento do imposto sobre os combustíveis(penso que foram 2%). Será que essas percentagens conseguem fazer 50$?? Tenho as minhas duvidas.

Para quando alternativas credíveis a nível de energias alternativas? A nível mundial? Nunca. Alguém vai abdicar dos lucros do oiro negro?? Quem pensar o contrario está ser muito inocente. Ainda teremos muitos anos(1 século à vontade) até ser abandonado o petróleo como energia de consumo. Ou quando se acabar(também não deve faltar muito)

Fica o desabafo desta vergonha...

Convergência com UE nem daqui a 100 anos

Neste meu desabafo de hoje gostaria de publicar aqui um artigo do Semanário económico, sobre a nossa economia e o crescimento da mesma.
É um estudo realizado pela Vasconcellos e Sá Associados e coordenado por Fátima Olão mostra que se o ritmo de convergência do PIB per capita português.

Só para alertar que alguém não conta a verdade toda. Para quando toda a verdade sobre a nossa economia e com o que poderemos esperar nos próximos anos??

É um artigo um pouco longo, mas vale muito a pena para vermos a nossa realidade actual e o que nos espera. Também para comparar-mos a nossa realidade de crescimento com os restantes.

Fica o estudo com a devida referencia.

Semanario Economico
Artigo de: Rui Peres Jorge

O processo de convergência português para o nível médio de riqueza europeu foi tão lento que se o ritmo se mantiver não conseguiremos chegar à média dos da UE-15 nos próximos 100 anos. Números desapontantes e que mostram a urgência de reformas profundas na economia portuguesa.

Alguém tem andado a mentir aos portugueses. É que apesar do habitual discurso optimista sobre a convergência do rendimento português para com o rendimento médio europeu, as estatísticas revelam uma realidade bem mais negra.
Um estudo realizado pela Vasconcellos e Sá Associados e coordenado por Fátima Olão mostra que se o ritmo de convergência do PIB per capita português (em paridades de poder de compra) dos últimos 30 anos se mantiver, então o encontro entre o nível de vida de um português e o nível de vida médio da UniãoEuropeia a 15 países acontecerá daqui a 111 anos.
Esta análise à evolução do processo de convergência nas últimas três décadas mostra que o problema não é dos últimos anos, mas da totalidade do caminho percorrido desde 1974. Ou seja, estamos confrontados com o fracasso das opções de política económica dos sucessivos governos em democracia.
É que mesmo tendo partido de um ponto que compara muito negativamente com a média europeia, o ritmo a que a convergência se deu nos últimos trinta foi desapontante. De facto, o único período de convergência moderada com a economia europeia registou-se nos 15 anos após a adesão à CEE.
Apesar de algumas limitações sobre o instrumental teórico utilizado - uma vez que assume que o futuro replicará o desempenho do passado - o facto é que ainda assim estes números evidenciam quer o desempenho sofrível da economia portuguesa nas passadas três décadas, quer a enorme distância temporal que nos separa do nível de vida da União.
“É pura e simplesmente mentira que possamos convergir dentro de poucos anos”, afirma Jorge Vasconcellos e Sá, que explica também que se o modelo utilizado desse mais peso ao passado recente, então o tempo de convergência seria ainda maior, uma vez que desde 2000 que Portugal se afasta dos seus parceiros.

Portugal pior que Grécia, Espanha e Irlanda
“ No cômputo geral estes dados mostram o falhanço total do modelo económico português”, defende Vasconcellos e Sá que acrescenta que “entre os países mais pobres como a Grécia, a Espanha ou a Irlanda só nós é que não convergimos”.
Os dados disponibilizados pelo Eurostat, o gabinete estatístico da União Europeia, mostram que tendo partido de níveis de rendimento muito semelhantes nos anos 70, as quatro economias registaram evoluções muito distintas. Entre 1974 e 2005, o PIB per capita irlandês (em paridades de poder de compra) passou de 61% da média da UE 15 para 125% (um ganho de 64 pontos base). Orendimento espanhol evoluiu de 80% para 90% da média da UE-15 (10 p.b.) enquanto o grego passou de 66% para 78% (12 p.b.). Já Portugal, exactamente no mesmo período e apesar de partir com mais atraso, ganhou apenas 11 pontos, passando de 55% da média dos 15 para os actuais 66%.

Organização explica falta de produtividade
Os problemas de produtividade da economia portuguesa são bem conhecidos, mas para que não se discuta em abstracto, Fátima Olão encontrou uma boa forma de os retratar: ao longo de um ano, um luxemburguês produziria o mesmo que um português desde que entrasse de férias a 7 de Junho até final do ano ou trabalhasse apenas de segunda-feira até quarta-feira às 11 da manhã. Curioso é que um cada quatro trabalhadores no Luxemburgo é português.
Para Vasconcellos e Sá a interpretação é clara: “O problema de produtividade resulta fundamentalmente da organização do sistema e não dos nossos trabalhadores”. Segundo o professor do Instituto Superior de Economia e Gestão “a sociedade portuguesa é profundamente desorganizada”.
Para fundamentar esta análise, Vasconcellos e Sá evidencia outro aspecto: “Note-se que a produtividade sectorial piora à medida que são necessárias características de gestão e organização mais exigentes, como é o caso da Indústria ou Energia”, acrescentando que “por outro lado, a produtividade melhora nas actividades em que os modelos de gestão são mais formatados e onde não é possível ganhar muito por essa via, como é o caso do comércio”.
De facto, os dados do Eurostat confirmam estas afirmações. Na actividade agrícola a produtividade portuguesa é menos de um terço da média europeia, enquanto que no comércio, transportes, comunicações e outros serviços a produtividade portuguesa aproxima-se dos dois terços da média da UE-15.

A urgência de reformar de uma ponta a outra
“É preciso reformar a sociedade portuguesa de uma ponta a outra”, afirma Vasconcellos e Sá que defende: “Os problemas que enfrentamos não se resolvem com preocupações pontuais como o controlo das contas públicas, mas sim com uma visão integrada das reformas necessárias”. Entre as áreas mais preocupantes para o professor de gestão estão a reforma do Estado, a reforma do sistema de ensino e a adopção de modelos mais adequados de gestão. Vasconcellos e Sá deixa um aviso: “Se não forem tomadas as medidas necessárias arriscamonos a ficar em breve no fundo da tabela da Europa alargada”.
Confrontados com estes dados, e mesmo admitindo problemas de fiabilidade estatística, não é difícil adivinhar quem, entre estatísticos e políticos, mente mais aos portugueses sobre a suposta convergência portuguesa.