Em primeiro lugar cumpre-me esclarecer que estou a contribuir para este "mui nobre" blog a convite desse GRANDE bloguista que é o JailBreak.
Cumpridos que estão os esclarecimentos, gostaria de abordar o tema deste desabafo e esse prende-se com o "martelar" constante dos media sobre a crise financeira orçamental e estrutural (digo eu) que o País atravessa.
Numa primeira análise às notícias dos diversos meios de comunicação sobre este tema, podemos, desde logo, concluir que o problema atingiu uma envergadura e um impacto enormes e incontornáveis e que está cá para durar. Digo que está cá para durar porque não vislumbro, nas reacções dos diversos agentes políticos da nossa praça, qualquer espécie de ideia / estratégia / abordagem realista e concreta para resolver o problema. É realmente muito fácil atirar as culpas para os outros. É muito fácil dizer que se vão defender os "teoricamente" afectados pelas possíveis pseudo-estratégias avançadas até agora pelos analistas económicos.
O alerta para a situação teve a sua proveniência numa comissão cujo responsável máximo, figura tida como de indiscutível reputação e isenção no domínio financeiro-económico, mais não fez do que pôr "preto no branco" aquilo que toda a gente sabia mas continuava sistematicamente a evitar. Podemos dissertar sobre a legitimidade do responsável da Comissão Constâncio para apresentar as suas preocupações sobre o assunto só agora, mas pergunto eu "então e o que é que esse Senhor esteve a fazer até agora? Quem melhor do que ele tinha legitimidade para intervir na opinião pública e esclarecer os Portugueses sobre o que se estava a passar? Porque é que não o fez?". Para estas perguntas de retórica já tenho eu as respostas. Muito provavelmente reinava num passado um grande clima de tensão entre o Governo e o BANCO DE PORTUGAL e demais agentes económicos. Muito provavelmente foi estratégico deixar a situação chegar a este ponto para legitimar uma alteração de elenco governativo e de políticas de fundo para resolver o tema. Contudo, continuo a julgar absolutamente ridículo demorar-se tanto tempo para concluir algo que já toda a gente sabia mas não queria considerar.
E agora? Que fazer para resolver esta situação grave?
A Europa dos 25 está fora de questão. É que, ao que parece, já vamos começar a ser multados pela Comissão Europeia devido a este assunto? Que bem se devem sentir todos aqueles que reagiram impávidos e serenos à "alteração" das regras do jogo por acção dos Governos Francês e Alemão.
Aumentar impostos? Não se tentou já isso no passado? O resultado está à vista! Como se pode pensar em aumentar impostos directos e indirectos quando, pura e simplesmente é dos livros, não devem ser aumentados os factores tributários para que a economia cresça e prolifere.
Reformar a base estrutural do Estado e introduzir uma cura de emagrecimento radical? Muitos serão aqueles que alertarão para os perigos da bulimia e anorexia que poderão decorrer daí. Os agentes sociais envolvidos, principalmente os sindicatos, terão uma palavra a dizer e nem a tão "afamada" "sociedade da informação", que deveria reinar nos Organismos Públicos, irá salvar o País do impacto que greves e demais acções de protesto irão ter na vida orgânica da Nação. Mais uma vez, os utentes é que irão perder.
Considero que a terapia de choques (fiscal ou qualquer outro) não é a adequada. A política do compromisso (dos partidos com representatividade política, dos diversos agentes sociais, dos Portugueses com o Estado), da clareza (até o mais iletrado dos "Tugas" deverá ser capaz de descrever a situação calamitosa em que nos encontramos) e da firmeza (uma vez assumido como o melhor a fazer, não se pode voltar atrás ou permitir excepções) é, na minha humilde opinião, a única possível para que o País levante a cabeça e encare o problema de frente. Não será necessário saber muito de História para saber quão valentes e abnegados são os Portugueses quando as dificuldades apertaram.
Como diria alguém conhecido: "Fica o desabafo..."
Um abraço
Zé Luis
1 comentário:
Bem vindo Zé Luís .
Bom desabafo, mas o discurso da tanga não era isto ??? , pois sim tapou-se só um bocadinho, lá isso é verdade !!! , agora ficamos mesmo nus .
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